Pre(in)visível
quarta-feira, 30 de março de 2011
Tem dias que acordo pre(in)visível
E penso que sub-existo
No espaço paralelo
Entre meus beijos e seus desejos...
Tem dias que acordo com um medo enorme!
De ficar trancada por dentro do que penso
De querer falar e achar que você ouviu
Ou viu...
O que era para ficar mesmo invisível
O que era para ficar mesmo submerso
E deixar você saber devagarzinho
Manso, de leve...
...pra que só depois me leve
Dayane R. Peixoto
Dorme dia amanhece noite
Foi o de aumentar a noite
Para conseguir
Enche-la
De sonhos..."
Queria adormecer
Em você hoje.
“Eu, nesta paz
Manhã
Queria ainda
Prolongar a matina
Pra que se tornassem,
Nossos sonhos,
Insones e,
Sendo um,
Acordássemos impunes
Sobre qualquer
Onírica libido.”
Com meia licença poética...
Virgínia Woolf
Thiago Cruz
Chuva Passageira
sexta-feira, 18 de março de 2011
Ele apareceu repentinamente
Assim como os anjos aparecem
Quando fazemos preces no quarto
Ou silenciamos a alma.
Ele veio como quem escreve poemas no ar
Trouxe no bolso abrigo e calma
Tirou todo o peso que levava a mágica
E pôs cores e versos no lugar
Ele se vai como chuva passageira
Que chega mansa, corre e não volta
Mas promete que vem denovo e breve
Promete trazer um abraço que demora?
Dayane R. Peixoto
Tenho um livro...
quarta-feira, 16 de março de 2011
Que ainda não terminei de ler
Que, na verdade
Mal comecei a folhear.
Sobre ele, já ouvi comentários
Já li resenhas
Devem haver estudos
Mas, espero eu mesmo
Escrever seu posfácio
Que faço do meu jeito
Sem saber de mais ninguém.
Esse pequeno e bonito livro
Tem uma capa singela
Colorida em aquarela
Com as cores mais bonitas.
Tem não sei quantas páginas
Cheias de belas citações
Cheias de incansáveis paixões
Cheias de tudo que quero ler.
Tenho medo de um dia
Esse livro se perder
Não sei o que vou fazer
Porque ainda não o terminei.
E interminável parece ser
Como essa vontade de te ver
Porque não sei onde vai terminar.
Esse pequeno e belo livro
Tem um dos prefácios mais bonitos
Tem dois corações aflitos
Batendo forte de saudade.
Por ser simples de se ler
Não tem notas de rodapé
Nem uma explicação sequer
Mas é lindo de morrer.
Não se encontra em livrarias
Sebos, bibliotecas ou afins
Nem mesmo nos mais longínquos confins
No infinito é que se deve achar.
Esse pequeno grande lindo livro
Colorida em aquarela
Tem a capa mais bela
Porque claramente lê-se nela
Como que escrito a luz de vela
Você.
Com o laço verde...
Hoje de manhã
Quando abri o jornal
Vi na manchete do dia
Que viria me ver.
Já trouxe um mundo
Dentro do livro
Já trouxe sorrisos
No cantinho dos lábios...
Traz dessa vez uma caixinha
Uma bem pequenininha
Coloca nela uma flor de lótus
E um beijinho com gosto de fruta
Faz um laço verde bonito
Escreve a dedicatória no ar
Assim que eu te encontrar
Que é pra ficar pra sempre em mim
Cada lembrança linda
Que você sabe deixar
Como em todos os outros dias
Que eu sorri ao te encontrar...
Como no dia do teto de nuvens
E no de flores no cabelo
Como no dia de chuva fina
E no de cheiro de incenso
Como no dia de ver um filme
E no dia de garrafas no ceu
Como no dia de tomar café
E no dia do encanto seu...
...e amanhã.
Dayane R. Peixoto
Vou escrever por toda a muralha
terça-feira, 15 de março de 2011
Normal, de todos os sentimentos
E quando algum sentido disser não
Direi sim, pra fazer sentido
Vou levantar meu estandarte da liberdade
E dizer fora ao que é da terra
Pra deixar aflorar meus desejos
E encantos por olhos tão belos
Vou pintar nos muros mais altos
(o seu nome...)
Vou escrever por toda a muralha
A poesia da nossa história
Vou cantar suas melodias
Sem pedir permissão ou ter razão
Quero e vou, só viver cada dia
E alimentar com afinco uma paixão
Paixão louca e avassaladora
Que não tem rumo, beira, eira
Paixão calma e acolhedora
Que em um abraço já me faz dizer...
...vou ficar por mais essa noite.
Dayane R. Peixoto
p.s.: tenho lembranças de um dia agradável... Garrafas do melhor vinho pendiam do teto, contrastavam com sua blusa colorida, dicretamente psicodélica, e os caracóis que giravam e giravam na minha cabeça... Sim, era tudo lindo!