O tudo é um vazio enorme
quinta-feira, 29 de novembro de 2012
A ânsia que precede a ânsia
É o sorriso falso do último fim de semana
O beijo, já sem gosto de vontade
Deixa no ar a saudade
De um outro dia que me prometeu
Que os beijos seriam eternos
A lança que por dentro corta
Bem devagar...
Vai calejando o peito ainda quente
Do amor que outro dia me jurou
Como apaixonado e amante
Cada sonho, cada gesto, cada olhar
Cada presente, cada esforço, luta
Cada carinho, cada vontade
E um tanto de liberdade que virou mágoa
Cada livro com carinho dedicado
Cada 365 motivos pra estar ao lado
Cada ajuda, mão amiga, abraço sincero
Cada noite quente de tirar o fôlego
Foi verdade em vão, ou mentira pra acalentar?
Cada mentira, com sua desculpa
Cada desculpa, uma nova confiança
Cada confiança, outra mentira
Cada recomeçar como se fosse único
Toda a intensidade ali depositada
E jogada pelo ralo como lembrança incômoda.
Na cômoda, várias lembranças
No peito a dor da partida
E na partida, a incompreensão
De toda essa humanidade
Que tendenciosamente prefere sofrer
E destruir toda forma de amor sincero
Pensando bem, isso não existe
Se existiu, era ilusão
E impossivelmente humano, viver tudo de novo
Já que foi vivido, gasto, sofrido
E ainda assim no peito carrego
A vontade de um "novamente"
Amar é o pior sentimento do mundo
Nos faz esquecer de nós mesmos
Nos faz esquecer...
E pensar que amar o outro é tudo
Sem saber que o tudo deixa um vazio enorme
Maior que o nada do meu lado agora.
Mas eu amo você.
E não deveria.
Escrito por
Day Zeppelin
às
04:19
5
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