Os eternos alimentadores de
pombos descansam na praça. Descansam e comem pipoca, observam as nuvens como
crianças desejam algodão doce em parque de diversão. São andarilhos do tempo e
do espaço, percorrem um caminho chamado solidão e carregam nas mãos o peso de
um mundo moderno. Debaixo dos braços um guarda-chuva da década de 50, preto,
cabo de madeira com detalhes entalhados a mão. Na bolsa um universo sem fim. São
livros de contos românticos, poemas de mãos enrugadas pelo tempo e uma coleção
de panfletos urbanos, usados para moldar cuidadosos origamis, no dia em que,
sentado na praça, não existirem mais pombos, nem pipoqueiros, nem algodão doce
desenhando carrosséis no azul do ceu.
Dayane R. Peixoto
1 comentários:
e q se sinta "tranquilidade"...
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