Muitas pessoas não sentam de costas para a rua, outras sustentam a mania de apoiarem o cotovelo esquerdo sobre a mesa, enquanto seguram um hollywood com o indicador e o dedão direito, precisamente, com a brasa em direção ao coração. Algumas passam máquina zero no cabelo, outras o deixam crescer até tocarem a cintura. Alguns ainda passam máquina zero em 1/3 da cabeleira e ao mesmo tempo deixam os fios policromáticos crescerem até a estação seguinte, sendo que a cada dia 21 do calendário, data em que se comemora um Sabath pagão, corta-se um palmo dos fios vermelhos e os oferece aos deuses. Muitas pessoas gostam de tatuagem, algumas fazem desenhos orientais, fauna e flora de cores bonitas e clichês. Já vi um rapaz, aquele que sempre bebe no bar da esquina... Nunca conversamos, mas tenho vontade de perguntá-lo por qual motivo tatuou formigas subindo no braço. Já vi um rapaz, boêmio de um bairro tradicional, esse escolheu se inspirar em um xenomorphs e Giger, tenho vontade de perguntá-lo por qual motivo escolheu viver de literatura. Acho que no fundo da caixa de pandora, quem não senta de costas pra rua só queria um abraço, o cara das formigas queria ser confeiteiro ao invés de engenheiro civil, e o fã de Alien só queria ter sido astronauta.
Sobre pessoas, manias e escolhas.
quarta-feira, 10 de dezembro de 2014
Escrito por
Day Zeppelin
às
10:58
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4 comentários:
Se eu fosse astronauta, poderia contemplar e explorar a vastidão do espaço e a imensidão dos tempos. Mas a distância, que permitiria ver o macro, impediria o contato, o aprender e o partilhar das centelhas que compõem o micro. "Grandes são os desertos", uma pessoa disse. Cabe a nós, ventos nas dunas, habitá-lo, deslocando-nos.
Qual o motivo para viver de literatura? É necessário fazer um espaço de reinvenção da vida, pois "a vida só é possível reinventada". ;-)
Day ... Você é uma poetisa . Muito bom o texto !
Essa perna é realmente sua? :)
Não é minha perna, mas achei tão fantástica quanto o braço de um rapaz que vi no Santa Tereza... Cheio de formigas de tinta.
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