Cogite...

..."O mais importante é aprender a não se perder" p.15. Zen e a Arte da Manutenção de Motocicletas de Robert M. Pirsig

Dos amores perdidos

terça-feira, 27 de maio de 2014

Eu não gosto... Começar um texto com "eu" sempre me pareceu o traço peculiar de escritores egocêntricos. Mas não sou escritora e me acho no direito de sempre usar esse espaço pra tornar público meus devaneios...

...eu não gosto de pensar no amor, nem em tudo o que ele já representou. Não gosto, mas eu penso. E penso muito e lembro mais ainda.

Meus amores estão se perdendo pelo caminho e não há mais nada que eu possa fazer.

Lembro que o primeiro deles tinha um nome engraçado de cerveja, começado com "k". Era um rapaz bonito do bairro, tinha cabelos de "Frodo", olhos da cor do seu nome. Me rendeu 7 lindas cartas que nunca foram entregues, uma música, meu primeiro beijo na chuva, o primeiro beijo roubado e a primeira lágrima de desilusão. Pensei em não gostar mais de meninos, mas mudei de ideia tão rápido como a tive. O tempo passou e tive o primeiro beijo no cinema com meu segundo namorado. Típico rapaz para casar, me ensinou a ouvir helloween, a dar valor a homens que abrem a porta do carro e sabem o seu sabor preferido de sorvete. Mas ele era dez anos mais velho, queria se casar e eu só queria uma barra de chocolate, estudar filosofia em Portugal e mochilar pra Machu Picchu. O tempo passou... Conheci meu terceiro e mais intenso amor "quase" por causa desse blog. Vi seus olhos pela primeira vez em um café dessas ruas tradicionais do centro de BH. Foi com ele que descobri que som tem cheiro e poesia tem cor. A partir daquele dia "Going to California" entrou pra lista das favoritas, esse blog passou a ter mais cores e meus dias mais encanto. O tempo passou, ele não me quis, quando mudou de ideia, eu mudei também. E conheci o terceiro e último namorado. Foi a experiência mais linda e mais sofrida, com a dor que cada amor obrigatoriamente carrega. Com ele aprendi o que significa fidelidade da pior forma, assim como descobri o que é carinho, atenção, cuidado. O que é o processo doloroso do "nascer de asas". Descobri que nem todo choro é salgado, que nem toda companhia aquece e que quando se ama de verdade, não ha decepção ou dor que apaga uma marca tão forte. Que não existe o verbo "desamar"...

O primeiro amor ficou louco e com ele descobri que também preciso de Ritalina para dias mais felizes. O segundo amor se casou ano passado, no dia 21 de dezembro. Dele, guardo boas lembranças e a esperança de no fim da vida achar outro amor tão dedicado. O terceiro amor se casou também, hoje talvez. Mas o encanto é o mesmo, a música é a mesma e o beijo de Frida tem o mesmo gosto. O quarto amor está por ai... Perdido e fazendo com que outras se encontrem no amor e na dor.

O quinto... Deve ser a minha última chance de não deixar que mais nenhum se perca pelo caminho. E se não tiver disposto a ficar, a mochila pra Machu Picchu está pronta. Caio no mundo com você.