Cogite...

..."O mais importante é aprender a não se perder" p.15. Zen e a Arte da Manutenção de Motocicletas de Robert M. Pirsig

Em vão

sábado, 28 de fevereiro de 2009

















Não quero mais que sejas
O suplício que me aflinge a alma
Nem que diante de mim padeças
Como quem busca abrigo e calma.

Não espero mais ler seus versos
E buscar algo que não é pra mim
Nem quero ouvir frouxos restos
Como quem diz que chegou ao fim.

Sentimento não se compra em maços
Nem amor se coloca em garrafa
Mas no fundo sei, que se ainda ouço seus passos
É que não aceitei que tudo seja só farsa.

Ainda que em teus olhos não tenha mergulhado
Oud e teus lábios e braços, o calor sentido
Tua lembrança não é presente nem passado
Mas o que nunca veio ese tem ido.

Como nessa noite comigo sonhaste,
Se o fato é que contigo nunca estive?
Assim como as cartas que na mesa ficaste
Pulsa, mas o tempo faz com que não vive.

Podes achar cada verso breve e manso
Cada palavra, um devaneio que é dito
Mas até de cada ponto seu, não canso
E por dentro me corta, tudo o que escrevo e grito.

A distância vai os planos dissolvendo
E constrói outros do qual não faço parte
Os sonhos de mãos dadas vão correndo
E do que nunca tive, levam a saudade.

Resta então por no papel tudo que sinto
Ou cantar por aí o que um dia eu vá sentir
Mesmo sabendo que por ti nunca é lido
E a resposta do que sinto não está por vir.

Saiba que repito, não pra te cansares
Mas porquê em mim silêncio é eco
Não me importa tempos, distâncias, lugares
Te amar agora
[e sempre]

É fato, não mais nego.



(Dayane R. Peixoto)



p.s.: Em vão... e em cada vão que está aqui.

Ouvindo "Kashimir" pra variar...

Faz-me a$$im...

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009









Faz-me farta
Farta de fal$o liri$mo
Farta de código$ de barra
Farta de mulhere$ ‘polimerolizada$’
Farta de$$a demanda de identidade$ numerai$

Faz-me falta
Falta de companheirismo
Falta de saraus na sala
Falta de homens ‘cosmopoliticalizados’
Falta dessa demanda de cultura [em decimais]

[Com muito$ número$...]

(Dayane R. Peixoto)

Crime Urbano

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Um sabor cor de ocre me vem a boca
E pressinto no vento o fim, selar
Cada suspiro e sonho que almejava
Vejo cada gota no chão tintilar.

Esse quadro não é cor que se pinta em vida
Não é matiz de flor ou de cantoria
É gota a gota que aqui transborda
Vê no chão? Nota? É pura ironia!

É quente, é forte, é a queima roupa
É a mente, a morte, a indiferença
Do olhar que passa e repara a poça
Mas não vê o fim da alma que é presença.

É quente, é forte, é a queima roupa
É a mente, a morte, a indiferença
Do olhar que volta e já esquece a poça
E ainda acha que todo vermelho...

É só mais uma entre outras tantas
Cores dispersas dessa avenida

Vem a vinda
De outra ida
Ave, vida!

(Dayane R. Peixoto)

Inspiração

domingo, 8 de fevereiro de 2009








Queria poesia fazer
Pra toda essa solidão te roubar
Mas da esperança de seu sorriso ver
Surge a minha inspiração pra criar.

Se sozinho o sorriso não mostras
E sem ti a poesia não vem
Ponho na gaveta o palpite, o verso
Na esperança que, um dia também...

Queira os meus olhos ver
Queira com a minha solidão acabar
Ou em última hipótese dizer
[eu te amo]
Mesmo que seja só pra inspirar...

(Dayane R. Peixoto)

Frenesi

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Adentrando pela tarde plangente
Aniquilo o mundo a minha volta
Em meio a lembranla displicente
Frenesi de um sentimento que me molda

Não me basta querer, possuir
Ou de alguma maneira exarcebada
Sem controle ou meio para discernir
Expor o que penso de forma moldada

O que me empara, nos olhos está
No que me tira o folego, repara então
Pra que não reste só a gratidão.

Que não seja tudo só lembrança no tempo
Mas que seja a eternidade esse momento
Onde guardo sua presença longe da hora vã...
Sã.

(Dayane R. Peixoto)