Cogite...

..."O mais importante é aprender a não se perder" p.15. Zen e a Arte da Manutenção de Motocicletas de Robert M. Pirsig

...

sábado, 26 de fevereiro de 2011


Confesse-me as linhas de tuas páginas

Segrede-me você, como notas de rodapé

Me conte tudo do que mais desejas

Que me faço seu desejo, jogado aos teus pés


Te mato a fome com o sabor do meu querer

Sacio-te a sede com liquidez da minha língua

Te faço carícias insones pra que me digas

Enfim palavras que só podem ser ditas no escuro.


(Com toda licença poética)

...

“Sim, sou eu, louco de Quixote!

Mas só a minha loucura não me basta

Quero minha Dulcinéia, doce e casta

E vencer pelo amor os gigantes

Enuviar-me por suas palavras

Velejar por aí ao sabor do seu mar

Mergulhando em teu íntimo como o vento a soprar

Arrancar de nossas correntes todas as travas

Se queres que eu viaje contigo

Convida-me logo, eu aceito

Recostarei todo o meu cansaço em teu peito

Faremos juntos, suavemente, de nosso colo

Colo abrigo.”


Thiago Cruz


(Com toda licença poética)

Cacho, cacho, cachoeira...

Cacho
Cacho
Cachoeira...
eira...
beira mar também faz sonhos...
sonhos de doce de leite
de chocolate
e nuvem doce...

Cacho

Cacho

Cachoeira...

Eira

Beira

Sem eira nem beira...

Beira

Eira

Paixão de bobeira...


Bobeira

Poeira que deixa

na estrada

no ceu

estrada estrela

estreia

de um filme tao novo

tao belo

elo

entre azul e amarelo

amor

flor

que cor

tem seu nome?

... verde talvez...


A cor do seu nome

Tristeza que some

Fruta boa que se come

Olhar que mata a fome

Filme que se vê

Paixão que não se crê

Conversa que tem um quê

De saudade de você

Poeira no caminho

Vontade de passarinho

Mas cada um no seu cantinho

E se eu pedir,

Me faz um carinho?


Te fazer um carinho?

Fazer dos meus braços ninho?

Te faço carinho,

Cafuné...

Meu pé no seu pé...

te beijo...

no queixo

Te abraço

No espaço

Viajo pra lua

Viajo na sua

Boca sideral...

De fruta,

de cores

De sonhos,

de amores

De encantos e cantos...

De meus desejos por beijos

De minhas rimas tão pobres

E as vontades tão nobres

Que todo preto e branco

A cor dar

E acorda com vontade de você

E dorme com vontade de você

E quer fazer de você travesseiro

Quer fazer dos seus braços abrigo.

E aí, quer viajar comigo?


Tudo que eu gostaria

Era um dia após dia

Dar-te toda a minha alegria

E seu pé roçar o meu

Sonho de muitas eras

Há muito sei que me esperas

Também espero, deveras

Ser um dia todo seu

Ser de Yoko o seu John

Ser da música o tom

Ser do filé o mignon

Ser da Julieta o Romeu

Viajaremos pra onde?

Pra onde o sol se esconde?

E vamos comer frutas-do-conde?

Posso levar tudo de meu?


Vou mover moinhos de vento...

Levar os ares do mundo pra ti.

Pois quero te fazer perder o ar...

E em sentimentos te enuviar...

Viajaremos pra bem longe...

Longe do mundo comum

Perto, pra dentro de nós...

Viajaremos pra bem longe...

Onde o Sol atrás da Serra esconde,

Onde os raios beijam o horizonte...

Onde a lua beija o mar...

Onde eu sonho te encontrar

E a lua imitar...

Comer fruta-do-conde

Sentar no alto do monte,

Se pode levar tudo seu?

Pode levar seu, ceu, terra e mar...

Eu só quero te levar...

Pra perto dos braços meus...

Te levar...

Te avelã...

Te ver...

Te ler...

Te ter bem pertinho...

...Até encostar meu nariz no seu

E te ver ciclopemente...


...conversas soltas no ceu...


Por

d(ois)evaneios...

Embriagar em seus devaneios

Eu queria correr por entre fumaças coloridas,
Alcançar o Sol...
Só por uma vez...
tocar o Sol...
Tocar seus lábios com a ponta dos meu dedos...
Traçar seus traços...
fio a fio...
Alcançar a lua
Pra sentir dela o gosto
E passar meu gosto por entre teus sorrisos...
...E teus sorrisos por toda minha vida...
Ver você deitado no meu colo,
sentir minhas mãos
Passeando por seu cabelo...
Vontades e vontades...

Quero me embriagar em seus devaneios...
Desviar seus olhares pra mim..
Versejar a luz da lua lembrando seu nome...
Quero anestesiar meu corpo com seus braços
Andar na calçada de mãos dadas,
lado a lado
Seguir teus passos,
ser o descompasso
Quero morar com você dentro de um rio,
de um mar, de um luar
suor...
Sentir o gosto salgado, doce e suave...
Ler você com afinco...
Até saber de cor
e as cores de toda essa poesia
De toda a sua poesia.

Dayane R. Peixoto

Flores no cabelo e nuvens no ceu...

Eu ficaria horas e horas deitada do seu lado olhando as nuvens no ceu...
Colocaria mil flores no cabelo só pra ver um sorriso seu...
...decifrar universos que moram em ti...


Eu passaria a vida a fabricar nuvens no céu, só pra te ter deitada ao meu lado...

Viveria sorrindo, só pra você colocar flores no cabelo, esperando um sorriso meu...

...viveria em mim mil universos, se pra me decifrar estivesses sempre do meu lado...


Por D. e T.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011


Você quer sair de dentro de mim,
Mas eu não vou deixar...
Me agita e se debate...

Rasga os pensamentos na minha cabeça
Faz colagem com as lembranças que ainda guardo
Descolore meus sonhos
E dissolve minhas canções...

Quer pular essa janela
Que abriu no meio do coração
Quer bagunçar meus desejos
mas eu não vou deixar...

Diabrete azul anil...
Gira gira no ventilador...
Compra a areia e o sal do mundo...
Mergulha nesse pote e se vai...

Dayane R. Peixoto

"Poeminha Amoroso"

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Este é um poema de amor
tão meigo, tão terno, tão teu...
É uma oferenda aos teus momentos
de luta e de brisa e de céu...
E eu,
quero te servir a poesia
numa concha azul do mar
ou numa cesta de flores do campo.
Talvez tu possas entender o meu amor.
Mas se isso não acontecer,
não importa.
Já está declarado e estampado
nas linhas e entrelinhas
deste pequeno poema,
o verso;
o tão famoso e inesperado verso que
te deixará pasmo, surpreso, perplexo...
eu te amo, perdoa-me, eu te amo...

(Cora Coralina)

... Sobra tanta falta!

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011


Café...
Cafe
ína...

E eu olho para ........
os lados, não
te vejo... Sim, .........
você faz falta
...

p.s.: confusão! Fusão...

Dayane R. Peixoto

II

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

(sonhos de Frida)

Ele achou que dessa vez ela não atrasaria... Mas... Os ponteiros são feitos para girar contra o tempo dos que querem estar perto.

Ele ficou por longos minutos sentado no Maria café... Leu um pouco de Sabino, pensou sobre o Sol que tingia o ceu, contou os passos de quem passava por ali apressado...

Ela chegou às pressas, como quem acaba de correr em maratona. Desculpas não adiantam. Ele a olhou tímido e ela retribuiu a timidez com um abraço apertado de quem não o via há várias meses (que na verdade eram só três dias).

O cheiro do capuccino foi aos poucos se misturando com... aquela vontade de nem sei, da música... Conversaram e se entreolharam. E eu quis ler nas entrelinhas... Ele puxou papo, puxou a cadeira e sentou bem do lado... Ela bagunçou o cabelo – dele.

Observaram o frenesi de tudo em volta... Sentaram na praça. Ele desenhou com tinta o desenho mais lindo do mundo... Alguém olhando pra lua e sentindo o gosto que ela tem. Ela já tinha sentido gosto de lua. Ele riu e sentiu o gosto de cafeína. Ela desenhou com a pontinha do nariz no rosto mais lindo do mundo... Ninguém sabe que desenho foi, mas do desenho nasceu um abraço, do abraço um suspiro...

Ele olhava pra ela, que abraçava ele, que segurava a mão dela, que sentia o cheiro dele, que beijava o rosto dela, que se encantava por ele... Que um dia já cantou pra ela...

E sabe, essas coisas não acontecem sempre... Mas às vezes se tem a sensação de que vão ser pra sempre...


Dayane R. Peixoto

I

(Sonhos de Frida)

Me escorria por entre os dedos um dejavu... O ponteiro dos relógios martelavam e o luto que me cobria fazia-me suar frio, apreensiva com o que poderia acontecer no próximo segundo.

Ele estava parado ali na esquina. Camiseta dos Beatles, olhar paciente e incomodado com meu atraso, mas estampado com um sorriso largo no rosto. Um abraço flamejante de quem já se conhece há muito tempo, como encontro de velhos amigos, como reencontro de família, como a chegada de quem se quer por perto... Nas mãos - boas para praticar quiromancia - Blake com aroma de framboesa.

_Quer ficar aqui ou quer ir pra outro lugar...? – Não importava. Eu queria aquela companhia, pra me fazer sorrir, falar de literatura, poemas, música, cheiros e cores.

Lugar aconchegante, tocava ceu. Engraçado... ceu... Deve ser por isso que senti o tal gosto de nuvem. “Veio até mim, quem deixou me olhar assim... Não pediu minha permissão. Não pude evitar, tirou meu ar, fiquei sem chão...♫ ♪”.

Nos colocamos frente a frente como julgamento em um tribunal. Cada palavra ali deveria ser milimetricamente pensada, ou a minha mania de falar pelos cotovelos iria fazê-lo sair correndo por aquela porta. E... Não consegui. Falei, ri e me expressei demais... Ele não percebeu que eu mexia os cabelos ou balançava freneticamente as pernas por debaixo da mesa. Na verdade nem eu mesma percebi isso naquele momento... Percebi olhos, boca, caracóis, o timbre da voz que cantava baixinho e me fazia sentir borboletas voando por dentro... Tentei esconder minha timidez dentro da garrafa de Heineken ou por detrás das cinco vezes que folheei o livro-presente.

As conversas vinham e voltavam e rodopiavam sobre a mesa. Olhares vinham e voltavam, mãos se encontravam sem querer e por querer... E a cada palavra lia-me e via-me como em um espelho. Face a face... Gosto a gosto... Cor a cor... Cor dos olhos, gosto a gosto. Fecha os olhos... Gosto a gosto... Espelho, face a face... Nuvem no ceu da boca... Framboesa!


Dayane R. Peixoto

Celestial

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Um anjo - esses de cabelo enroladinho - fechou-me
os olhos com suas asas...


... Nuvem refrão

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Você me deixou
no ceu da boca
um gosto
de nuvem refrão...

daquelas que
repetem no
começo
e
no
fim da musica...

Dayane R. Peixoto

...rotações


Não há "nada de novo"...

...mas o mundo gira diferente...

... Devaneios...

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011


Chove lá fora... E chuva levanta cheiro de terra molhada, cheiro de tempestade, dentro e fora. Chuva me faz pensar... Pensar sobre o que se deixa acontecer, sobre o que se deixa de acontecer... To deitada na cama, coma cabeça onde se põe os pés. Tudo gira por segundos e passa o filme do dia na minha cabeça... Muitas pessoas, muitos sons, muitas cores... Tudo desorganizadamente incomodo em relação ao que busco. Na boca um gosto amargo de solidão. Na cabeça um gosto leve e aconchegante de framboesa. Estou sentada encostada na porta. Cheiro de incenso - que acabei de acender - sândalo. O observo na penumbra da luz... A fumaça rodopia no ar como flor dançando com o vento - borboletas. As chamas tremem como quem ama e desfalece. Estou cansada. Abro os olhos e agora me vejo deitado na cama, suspirando e virando para o outro lado. Já é tarde, melhor eu ir dormir também.

Dayane R. Peixoto